domingo, 12 de maio de 2013

Mas





 
 
 
"Olhar", 2013
 
Pintura sobre tela
 
 
 

Mas. Mas lá vamos nós rumo a Lisboa para mais uma jornada ritual. De carro, entre conversas de tudo e de coisa nenhuma, o que queremos é conviver e transformar aquelas horas num festim de fantasia e de ilusão, esquecendo a crise social e todos os males do mundo. Chegados  ao Centro Comercial do costume, onde nos espera a observância dos encantos, das lojas de relógios, dos livros e, naturalmente, do melhor que Deus criou. Depois é o restaurante, o mesmo, e entre frases feitas e sabores da Serra da Estrela, a noite do espetáculo espera por nós. Umas vezes tudo corre bem, outras nem tanto. Fica sempre o salutar convívio que é coisa rara nos dias de hoje. E da amizade em especial. Outros eventos terão lugar num futuro breve. E tudo acaba num fogo-fátuo. Até os momentos bons. Sobretudo estes.

 
 
 
 

Mas do que eu gosto mesmo é de música. Do belo canto. Da ópera. Quando as luzes se apagam, no teatro, e a cortina do palco abre, mostrando toda a luminosidade, numa envolvência cromática e sonora, tendo por base, quase sempre, um libreto onde a tragédia da vida e dos seus desencantados amores predomina, a emoção é outra. E o encanto também. Aqui me sinto num outro ambiente onde, em vez dos gritos, dos dislates e dos insultos pelos pontapés na bola, se ouvem os cânticos dos sopranos ou dos baixos, numa harmonia que me encandeia e me transporta pelo Olímpo. Mas aqui sou outro, sendo eu mesmo.

 

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Edward Forster:

 

“As emoções são intermináveis. Quanto mais as exprimimos, mais maneiras temos de as exprimir.”

 
 
 
 


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