"Ouço vozes ao longe
murmurando
como que chamando por mim…
Olho e não vejo vivalma
Areal deserto, tarde calma
Apenas a lonjura do mar
Branco das gaivotas cortando o ar
Ninguém a quem falar
Só o murmúrio distante
das vozes ao longe
sussurrando
como que chamando por mim
E num arrepio
sussurrante
se de medo, se de frio
como que trazido pela brisa
sibilante
o murmúrio das vozes
indistintas
sempre
chamando por mim… "
José Cipriano Catarino in “ Entre Cós e Alpededriz”
Quando sou solicitado a ilustrar poemas, contos ou romances tenho sempre de fazer uma viagem pela escrita e tentar “viver” na(s) estória(s). Aqui incorporei um imaginário da ruralidade e dos sentimentos que , a meu ver, é a base deste romance do meu amigo Cipriano Catarino.
Desenho muito e muito para obter um conjunto que possa corresponder ao expectável. Cada trabalho é sempre um ensaio, que resulta ou não, porque o caminho da criação está cheio de dúvidas, que é, afinal, a história da História da Arte... História da Minha Pintura.
Recordo hoje as palavras de Paul Valéry:
“O objectivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem.”
E vos deixo com a poesia de Camões e a voz de José Afonso cantando “Verdes são os campos”
E vos deixo com a poesia de Camões e a voz de José Afonso cantando “Verdes são os campos”
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