A palmeira do meu jardim, à semelhança
do que aconteceu em todo o lado, atacada pelo escaravelho, acabou por morrer e,
enquanto não apodrecer por completo nem cair, está agora transformada numa peça, digamos de... arte!
Procuro aproveitar todos os
materiais e transformá-los em esculturas quando faço obras em casa. Não sou
escultor, confesso, mas adoro pegar em madeiras, pregos, tintas, restos de materiais de
diferentes formas para construir peças volumétricas. O volume gerado
pela incongruência de objetos que, à priori, foram concebidos para ter uma
função e eu alterar por completo o seu propósito fascina-me. E, por isso
mesmo, resolvi pegar numas tintas e utilizar a capacidade atraente das cores
para alegrar o espaço, onde tanto gosto de partilhar com os amigos do costume.
Atendendo às limitações da configuração do que resta da madeira e às próprias
características dos materiais possíveis para colorir, aquela que em tempos foi
uma palmeira frondosa e luxuriante é, agora, um manto de cores díspares, que
irei pintando e pintando, a cada nova estação, mudando assim a sua aparência e,
neste mundo onde tudo se transforma, tenho, para meu gáudio, uma escultura
mutante no meu jardim...
E vos deixo com as palavras
daquele que foi um dos mais conceituados químicos francês, que viveu no século
XVIII e é considerado o pai da química moderna, Antoine Lavoisier:
“Na Natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”.
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