segunda-feira, 10 de abril de 2017

Amantes







João Alfaro

"Amantes de Pompeia", 2017 díptico de 180 x 100 cm

Pintura sobre tela (técnica mista: acrílicos e anilinas)




Quando começo a pintar uma nova tela, seja ela qual for, independentemente das dimensões, das técnicas e das condições materiais , há sempre uma razão diferente, única. Agora, porque sou um eterno pesquisador, tenho um novo projeto que concilia a utilização de novos materiais com um tema eterno como o mundo: os amantes.



O que me dá prazer é a mistura das cores nas telas, e o ver nascer formas por mim concebidas na temática que me seduz, em cada novo desafio. Agora num mundo tão inovador, de invenções tecnológicas constantes, com tanta mutação nos gostos, nos desejos e nas circunstâncias, quero, apesar disso tudo, continuar na senda secular dos grandes mestres, mesmo sabendo como muda tudo tão depressa mas, reafirmo, tenho um fascínio incomensurável pela pintura, que me leva a optar pelo trabalhar mais e mais, talvez para esquecer sem esquecer, porque sou um cidadão do mundo e me inquieto com a injustiça e a hipocrisia. É na solidão do ateliê que encontro a paz e a serenidade, pois quando saio do meu espaço de eleição vejo o mundo muitas vezes com cores sombrias e formas horrendas e prefiro, por isso mesmo, viver num limbo, como se fosse tudo tão insignificante e eu um comunicador sem voz, apenas apresentando imagens com gente dentro, meditando nos prazeres e nas fantasias da existência.








E vos deixo com as palavras de José Mourinho que um dia disse, “No doutoramento honoris causa”:





“ O Mundo é tão competitivo, agressivo, desgastante, egoísta e durante o tempo que passamos aqui temos de ser tudo menos isso.”

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