segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Censura

 
 
 
 
 
 
 
 

João Alfaro

“Tânia”, 2014

Pintura sobre tela de 60x50 cm

 

 




Enquanto as burkas não chegam a arte se exprime sem limites, aqui, mas um dia tudo pode mudar e, este modo de olhar e ver o mundo será diferente, neste meu imaginário pensar sobre a mudança dos tempos, porque se vencer o fundamentalismo, que tantos querem negar mesmo perante todas as evidências, a vida será outra coisa qualquer, sem a música que tanto gosto, nem a pintura que é uma paixão que trago comigo.
 
 
 

O medo está instalado quando se olha para os números e para a evolução da mentalidade reinante. De tanto lutar por ideais no pressuposto da justeza da condição humana, agora se assiste a fenómenos de um retrocesso civilizacional, segundo um juízo de valor que transporta consigo um secular viver.

 

 Da abolição de múltiplas censuras, se chegou ao patamar da naturalidade do ver, saborear e conviver com o corpo, forma expressiva tão latente na arte ocidental, onde a nudez é um modo de relatar a verdade do estar e que agora tenho procurado ilustrar, porque sou um ocidental que gosta de viver aqui, sem censuras, distante dos mexericos mas, sobretudo, longe das burkas e de tudo o que elas significam.

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Fernando Pessoa, in “Livro do Desassossego”:

 
 
 

 "Por mais que dispamos o que vestimos, nunca chegamos à nudez, pois a nudez é um fenómeno da alma."



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