segunda-feira, 16 de maio de 2011

Rotina quebrada



O fascinante e o inquietante é a dúvida sobre o dia seguinte ou, até, o instante imediato. De repente tudo pode mudar. Ninguém tem certezas sobre o destino de cada momento, mas mesmo assim, com tantas interrogações e, neste andar na corda bamba que é o viver, esquecemos a nossa fragilidade existencial. E, porque queremos acreditar numa dimensão humana transcendente, vamos construindo novos mundos e novas esperanças com muitas normas e objectivos. Tudo corre bem com a rotina do costume, todavia, tudo deixa de fazer sentido, quando os sonhos e as expectativas nada valem, perante a realidade cruel que é o fim dos projectos de vida, tal como os concebemos no imaginário do maravilhoso e do fantástico. Tragicamente é assim. É sempre assim. Infelizmente.

Nesta teia de muitos interesses e finalidades a importância das coisas é sempre relativa de acordo com o momento e a circunstância. Pintar, para mim, agora, tem outra dimensão e outro alcance enquanto acto de motivação e de acalento. Para levar a cabo este meu modo de estar bem comigo e com o mundo preciso que o trabalho tenha exigência diária para que os meus sonhos façam sentido, nos bons e maus momentos. História da Minha Pintura.

E vos deixo com as palavras de Fernando Pessoa, in carta a Miguel Torga, 1930:




“Toda a arte se baseia na sensibilidade, e essencialmente na sensibilidade….”

Sem comentários:

Enviar um comentário