segunda-feira, 11 de abril de 2011

Silêncio profundo




O Silêncio


"Quando a ternura

parece já do seu ofício fatigada,


e o sono, a mais incerta barca,

inda demora,


quando azuis irrompem

os teus olhos


e procuram

nos meus navegação segura,


é que eu te falo das palavras

desamparadas e desertas,


pelo silêncio fascinadas."


Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"



Momentos há em que o silêncio é de ouro. Um murmúrio, uma simples frase, um pálido ruído é mais do que suficiente para tudo quebrar. Momentos há que o melhor do mundo é tão só o silêncio profundo. Momentos há em que nada interessa senão o silêncio. Momentos há que o silêncio nos diz tudo, nada dizendo. Momentos há.



Esta tela procura retratar um instante onde o silêncio é dominante, num ambiente em que o espaço e a postura dominam e geram julgamentos variados. Cores quentes predominam numa composição onde a luz tem a força expressiva que traduz o eterno jogo do claro-escuro tão frequente na pintura. História da Minha Pintura.



E termino com as palavras de Alfred de Vigny:


-“Apenas o silêncio é grande, tudo o mais é debilidade.”



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