Acontece muito: contamos os dias. Os dias que faltam para isto ou para aquilo. Para o que desejamos de bom ou, infelizmente, porque nunca mais chega o fim do mês para receber (quando se recebe) o vil pilim. E contamos muito os dias e os anos sobre tudo e sobre nada. E o tempo passa nesta contagem, em que queremos que algo mude porque, quando não queremos mudar nada, tudo está mal. A inconformidade é um estado de alma permanente que nos leva a desejar eternamente viver outros episódios, outras descobertas, outros desafios. Desejar manter tudo igual é sinónimo de conformismo, de velhice, de gente derrotada que não espera mais nada da vida senão o arrastar das situações. Felizmente que predomina a vontade de novos rumos em busca de imaginários mais lustrosos e encantadores, ou não fossemos todos nós uns eternos sonhadores. E ainda bem. E ainda bem.
Estas imagens mostram o meu modo de trabalhar. Aqui, primeiro fiz uns esboços em que tudo acabou numa aguarela e, só depois, surgiu a tela que é a continuidade lógica de toda a minha busca. Conto os dias que cada obra leva a ser feita, porque quero fazer mais e mais, nesta minha caminhada solitária em busca do sonho. História da Minha Pintura.
E vos deixo com as palavras de Jean de La Fontaine:
“Pela forma como trabalha se avalia o artista.”
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