CHOVE. É DIA DE NATAL
"Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés."
In “Obra Poética”
Fernando Pessoa
O Natal de novo aí está para, no mundo católico, continuar a envolver-nos com a magia simbólica da quadra festiva. O espírito natalício ultrapassa os preconceitos religiosos e sintoniza-se na comunhão comunitária. É o tempo da reunião dos amigos e familiares, estejam eles próximos ou infinitamente distantes. Com oferendas ou sem elas o que conta mesmo é o sentimento latente do amor e da amizade. E precisamos todos, os que muito têm e os que sobrevivem, do calor humano tão singular nestes dias. O pior mesmo é o estar só na noite de Natal. E muitos estão. E muitos estão.
Este pequeno trabalho é uma aguarela que retrata um momento íntimo. Dormir é estar num limbo onde o corpo, que é o nosso, ultrapassa muitas fronteiras e vive episódios desejados ou tristemente recordados. Dormir é também, através desta minha obra, um modo de procurar transmitir a serenidade e a magia do encanto que o sonho nos dá. O que procuro sempre é captar o lado mais cordial, mais relaxante, mais humano que o Homem tem e que, infelizmente, muitos só no Natal encontram (quando encontram) a paz e o afecto. História da Minha Pintura.
E vos deixo com a voz da Maria Callas cantando Ave Maria de Verdi
É Natal, Boas Festas.
ResponderEliminarAquele abração.
Reinaldo
Feliz Natal, então.
ResponderEliminarAbraço!
JR