segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Passear



Passear é sair. Sair para longe ou ficar no mesmo sítio. Se é para longe, muito se pode ver pela primeira vez. Se não é para lado nenhum, o pensamento foge para todo o lado, e o passeio torna-se longo e cansativo. Passear é ir por aí em busca do devaneio e do nada fazer. Passear é saborear o tempo enquanto se caminha, fruindo os sítios do costume ou, descobrindo novas paisagens, novos cheiros, novas gentes, novas culturas. Passear é sempre expectante mesmo no passeio dos tristes. Mesmo no passeio dos tristes.

Esta pintura é o resultado dos muitos passeios, uns reais e outros imaginados. Este meu trabalho foi feito após a visita aos Açores. A paisagem e o exotismo foram contagiantes para criar, após essa estadia, uma série de obras onde a amálgama de elementos preenchem os espaços pictóricos. O verde e o mar são dominantes quando se passeia pelas ilhas e a pintura (desse tempo) teve necessariamente de reflectir esse contexto. História da Minha Pintura.

Recordo hoje as palavras de Victor Hugo:

“ Viajar é nascer e morrer a todo o instante.”

2 comentários:

  1. Curioso. Nas vésperas do meu regresso, no fim da tarde, no relvão frente ao meu (salvo seja...) apartamento de férias, uma rapariga aproveitava uma nesga de sol para exercitar uns alongamentos. Não tirei uma fotografia, mas até parece que lá estiveste e fizeste-lo por mim.
    "Enigmas da História da tua Pintura"...

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  2. Uns Açores quase pagão. Muito francês no motivo, muito joie de vivre (Impressionistas, Gaugin, Matisse, Debussy, Ravel). Mas, sobretudo, João Alfaro.

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