segunda-feira, 10 de julho de 2017

Eu e Mozart










Recentemente num contexto desfavorável ( a história tem o interesse que tem e é curiosa porque a vida resulta dos acasos) descobri uma estação de rádio na net. Atualmente, por questões de saúde, ou melhor dizendo... da falta dela, vejo-me obrigado a estar diariamente sujeito a tratamentos hospitalares, que levam o seu tempo a fazer efeito e, na sala onde estou, tenho por companhia a música. Sempre sintonizada na mesma estação, sempre sem publicidade, sempre sem narrativas vazias. Por estas razões depressa conheci ( pelo acaso, embora nada seja por acaso...) a Radionomy, onde a Radio Mozart tem os predicados que ambiciono. Agora ela faz parte dos meus dias enquanto trabalho no ateliê. Sempre me deixei envolver pelos encantos musicais enquanto construía o meu imaginário nas artes plásticas. Longe vão os tempos da procura da música desejada na radio, então infelizmente repleta de ruídos hertzianos e, pior ainda dos discos vinil. Agora basta sintonizar a internet (que não tem ruídos), a nosso belo prazer e optar pelas escolhas desejadas. Nada melhor que Mozart, todo o Mozart e só Mozart para me acompanhar enquanto me deixo levar pelas cores e formas plásticas, quer seja no papel ou na tela. Tudo isto para dizer que por detrás do meu trabalho pictórico está um génio musical que, desde adolescente, me fascina: Mozart, pois claro.



E, porque passo muito tempo quase estático, o desenho é a solução para preencher um pouco de mim. É encantador ver surgir num ápice ( porque com mais rapidez desenho) a representação de pessoas em momentos especiais, que fazem parte da temática que quero associada ao meu trabalho enquanto artista plástico. Confesso, porém, que já tenho saudades da pintura, apesar do desenho me fascinar, mas preciso, como de pão para a boca, de pintar e pintar, porque quase nada ainda fiz nesta passagem breve da existência. A ver vamos se os acasos me ajudam. Assim espero, com a música dele: Mozart, pois claro.





E vos deixo com as palavras do ator e dramaturgo francês Sacha Guitry:

“Quando se acaba de ouvir um trecho de Mozart, o silêncio que se lhe segue ainda é dele.”

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