terça-feira, 27 de junho de 2017

Tempo morto
















A arte é sempre a expressão do seu tempo, porque faz uso da tecnologia em que se afirma e do pensamento reinante da época vigente. Esporadicamente há episódios que, pela perturbação social do instante vivido, provocam inevitavelmente uma orientação diferente no sentir  e no significado do estar em sociedade. Depois, passado esse período, escasso ou mais prolongado, tudo volta à normalidade. Falo assim pela tragédia que está bem patente em todos e que brevemente só raramente será recordada. A verdade é que, enquanto continuava a fazer o mesmo de sempre na temática pictórica que agora me seduz, não me sentia enquadrado com o estado de espírito chocante de todos. Foram dias e ainda são de inquietude, porque a fatalidade mesmo longe é fatalidade, quer seja com gente que nos é próxima, ou com outros que apenas sabemos que o azar na roleta da existência bateu à porta, fazendo com que não nos esqueçamos da fragilidade da existência e da brevidade deste caminhar, que pode a qualquer instante ruir definitivamente.




Agora ainda não reúno as condições para pintar como tanto gosto de fazer, porque há um mar para me distrair e apoquentar, por isso prefiro fazer esboços que são, afinal, estudos prévios e formas continuadas de estar sempre, sempre e sempre a trabalhar. Talvez brevemente consiga circular de um lado para o outro e pintar, por agora não posso e  os desenhos, como recurso, aparecem todos os dias, não tendo, portanto, nenhum tempo morto, nesta minha existência em que a arte é a minha seiva. Felizmente.









E vos deixo com as palavras do escritor e cientista americano do século XVII  Benjamim Franklin que um dia disse:



“ Seja cortês com todos, sociável com muitos, íntimo de poucos, amigo de um e inimigo de nenhum.”

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