quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Os caminhos da (minha) Pintura















“Thea”, 2016

Pintura sobre tela de 80 X 120 cm



São palavras gastas, as minhas, mas não me farto de dizer o mesmo de sempre: a pintura é uma parte de mim. Já em criança retratava  a família e as casas onde ia vivendo . Hoje faço o mesmo. Houve um tempo de grandes viagens que a minha pintura captou, mais  os amigos e a minha nova família. Os meus filhos, sobretudo, desde o berço. Agora a sensibilidade e os encantos femininos, intercalados com paisagens circundantes, fazem a temática do presente, numa procura constante pelo belo, porque nunca é demais realçar o que nos encanta.



Cada pessoa é única e tentar retratar essa singularidade é um enorme desafio que me angustia e me deixa sempre numa inquietude até ao desfecho final. Apesar de pintar com determinação e querer, numa constante rigidez laboral e persistência, o meu caminhar na pintura é, cada vez mais, um desejo maior, mesmo que as expectativas no domínio público sejam as mesmas. Vendo bem, todo o artista vive num limbo de criação e de dúvida quanto ao desfecho do seu trabalho, com o reconhecimento ou não, sabendo só que a única certeza é o caminhar.



Agora, porque o retrato é a constante dominante na minha temática pictórica, sei que quem faz parte da minha pintura vive também, durante a gestação da obra, uma inquietude, porque a magia da arte é transportar o outro para domínios que encerram em si um encanto, sobre os valores e os significado da existência.





E vos deixo com as palavras de Fernando Pessoa que morreu faz hoje oitenta e um anos:


“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”






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