terça-feira, 22 de novembro de 2016

O que nos move?









Quando o pano cai e o espetáculo de palco acaba, o artista fica só; quando o atleta corta a meta o momento mágico passou; quando o pintor dá por finalizada a obra, resta a incógnita da interpretação de outros; quando o fotógrafo para o tempo ao fixar uma imagem, cria um registo de uma realidade que já foi; quando o pai olha o filho e vê nele o futuro, está apenas a convencer-se do amor e da esperança; quando alguém se entrega pensando no amanhã de felicidade, apenas quer acreditar que vale a pena sonhar. Enfim. Tanta gente criando emoções e novos imaginários de fantasia na procura da razão maior pela existência que é, verdadeiramente, o que nos move, e dá significado à vida. O resto não interessa. Nada mesmo. 




Mais um episódio de vontade e de amor por um ideal, e da necessidade de continuar na senda do possível, me fez estar numa roda de artistas comungando um projeto – mais um – com o fito único de saborear os ideais da estética contemporânea, numa harmonia de crenças, porque me move o desejo de viver projetando conceitos e comportamentos estéticos, como se o mundo tivesse necessidade de mim. Coisa estranha. Sou assim: preciso de acreditar que faço algo que chega a alguém, num qualquer lugar, hoje ou amanhã, porque é isso que me move. 







E, vos deixo com as palavras do escritor alemão Thomas Mann, que um dia disse: 



“Também do ponto de vista pessoal a arte engrandece a vida. Propicia maior felicidade e mais rápido desgaste....”

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