segunda-feira, 20 de abril de 2015

A música é outra




 
 
 
 
João Alfaro
“Flora”, 2015
Pintura sobre tela de 80x120 cm (em construção)
 
 
 
 
Sou um apaixonado por certas melodias, porque fazem parte do preenchimento dos meus dias, na solitária vivência da produção pictórica. A grande música está sempre comigo, enquanto pinto, porque me deixo envolver pela harmonia dos sons, com que me identifico e me satisfazem pela magia e transcendência. É a minha música, com o acerto rítmico e as propriedades que encontro nas opções musicais que são só minhas. Detesto outras sonoridades, porque não consigo gostar do que não me envolve e, confesso, fora do meu espaço, raro é o momento onde oiço outros ouvindo a “minha” música. Mas do que gosto eu? Vagueio por uma infinidade de opções musicais onde sobressaem tantos e tantos: Dmitri Shostakovich, Gluck, Camile Saint-Saens, Chopin, Elgar e tantos outros, mais as vozes que me transportam para outros mundos como a Callas, a Amália, Rolando Villazon, Diego Florez e outras vozes também, como sejam as de José Afonso ou Chico Buarque.
 
É com a companhia sonora de tantos que os dias passam, sempre na procura da obra maior na pintura, num tempo que está tão distante do que gostaria de viver, mas eu sou apenas um grão de matéria, numa avalanche de referências onde uns são mais iguais que outros.





“Flora” é mais uma pintura que se inscreve na temática que agora desenvolvo e que, como tudo o que pinto, é o retrato de um tempo e de um modo de viver e descrever um olhar sobre a condição humana, com o lado intimista a prevalecer.
 


 
E vos deixo com as palavras de Campoamor y Campoosorio, poeta espanhol que disse um dia:

 

“A música é a voz do infinito.”


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


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