sábado, 5 de outubro de 2013

O que eu gostava




 
 
 
 
 
 

João Alfaro

 
“Márcia”, 2013 

Pintura sobre tela de 120x100cm

 

 

 

 

 

O que eu gostava mesmo é de viver diferentemente. Gosto do mar, e vivo longe dele. Preciso do seu ambiente, e apenas tenho por companhia o arvoredo circundante, bem distante da marina e do cântico das  ondas. Gosto das cidades com gente, e vivo neste pacato reduto campestre, que me serve de aconchego, vendo os solitários de sempre, nas ruas esvaziadas que me cercam. Gosto dos espetáculos de palco, e estou longe dos teatros.  Os eventos operáticos apenas os vejo uma ou duas vezes no ano, embora façam parte constante das audições musicais de todos os dias.Gosto de muitas outras coisas que não posso ter, nem viver, todavia, pensando bem, sou um sortudo: tenho, não sei onde, nem porque razão, encontros constantes com as divindades celestiais, porque tanto do que vivo é pureza de sentimentos e de beleza.

 

 

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Camilo Castelo Branco que disse um dia:

 

“Viver é ansiar a felicidade possível e a impossível.”

 
 
 


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