sábado, 17 de agosto de 2013

Ilusões ópticas

   
 
 
 
 
 
 
 
 
João Alfaro 
"Lucrécia", 2013
 Pintura sobre tela de 80x100 cm
 
 
 
 
 
 
 
Agora é o tempo dos prazeres mundanos. Tudo muda com o calor e com o espaço. O verão é assim. O significado das atitudes e dos comportamentos adquire outro estatuto. Toda a gente procura, ao sair para outras paragens, ter outra postura, estar de um outro modo, ser diferente até. Depois voltará tudo ao normal com as rotinas dos horários e a repetição do que não se gosta de fazer, que é preciso cumprir, no entanto. Enquanto este tempo de afastamento dura, à que  aproveitar, nem que seja para ilusoriamente acreditar, que ainda há tanto de bom para viver. E lá vamos cantando e rindo. Uns olhando as belezas da natureza; outros os expostos corpos belos; outros ainda aspirando a projetos galácticos. De pequenas vivências se faz a vida nos nossos dias. E, se hoje sei alguma coisa, é sobre o maravilhoso dos instantes e das suas fantasias. Amanhã não sei como será, porque o tempo não volta. Nem muitos dos belos sonhos. Apenas as ilusões ópticas.
 
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de François Rochefoucauld que disse um dia:
 
 
“Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado.”


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