sábado, 6 de julho de 2013

Ser diferente

 
 
 
 

 
 
 
 
 
João Alfaro 
 
"Deusa da Luz", 2013
 
Pintura sobre tela de 80x80cm
 
 
 

 
O mundo de hoje, graças às novas tecnologias que permitem as comunicações instantâneas,  é pequenino. E cada vez mais. A informação chega a todo o lado influenciando e mudando as mentalidades secularizadas. Por associação e por arrasto se caminha no mesmo sentido, para que a diferença não seja um vislumbre. Mas também há aqueles que fazem da oposição um modo de estar na vida, remando contra a maré dominante e dizendo de sua justiça, em  contraste com a unicidade. Há sempre alguém que diz não. Que quer ser diferente. Que considera a multiplicidade de opções uma oportunidade de descoberta. Que luta mesmo sabendo que os tempos não estão de feição. Que tudo é uma passagem devorada pela temporalidade e, naturalmente, esquecida a breve trecho, porque tudo é fogo-fátuo.
 
 
A arte é um estado de modas. Aparece uma corrente dominante querendo traduzir o tempo presente e muitos rapidamente alinham pelo mesmo diapasão. É sempre assim. Hoje como no passado. Mas há os opositores. Os velhos do Restelo e ... os outros.  Aqueles que se mostram renitentes, e não querem seguir por caminhos sem futuro e apenas de olhares fugazes. Que venha o diabo e diga de sua justiça. O que eu sei é que por aí não vou. Pelas modas.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de José Régio, in “Cantigo Negro”:
 
“...Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí.”
 


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