domingo, 15 de julho de 2012

Dormir






2012, “Dormindo” pintura sobre tela.

Sonhei tanto e fiz sonhar outro tanto. Com verdades e mentiras à mistura. Imaginei este mundo e o outro. Galguei montes e vales, mares e céus. Inventei cenários idílicos de dia e de noite. Agora vivo das recordações. Das boas e das outras. Da saudade, sobretudo. E aqui estou dormindo na paz dos anjos, ora imaginando, ora construindo projetos, que valem o que valem, neste andar de procuras e de encontros estéticos, onde o interesse de ontem é apenas um vislumbre, porque o que conta, hoje, é a serenidade e a acalmia dos ímpetos. E o tempo passa entre dormidas e panaceias, em que a arte é a força motriz e a razão principal da significância deste meu andar por aqui. Até ao juízo final.


E termino com um excerto do poema “Dorme, que a Vida é Nada” de Fernando Pessoa, in Cancioneiro:

“Dorme, que a vida é nada!

Dorme, que tudo é vão!

Se alguém achou a estrada,

Achou-a em confusão,

Com a alma enganada…”



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