domingo, 1 de abril de 2012

Como se fosse o último



Agora, todos os dias, vivo como se fosse o último.
Não sabemos do instante seguinte das nossas vidas. Tudo pode ocorrer: alegrias ou desgraças; um terramoto; a morte de um ente querido; uma doença fatal, ou, como é raro acontecer, um feliz encontro com o destino.
E, porque a incerteza é a única certeza diária, vivo cada momento entre os desejos, os sonhos e imaginários fins felizes. É assim este meu viver entre brumas e cinzentos dias de silêncios ou monocórdicos diálogos sem sentido, porque nada somos, nada valemos, embora julguemos que o universo em nós habita, neste nosso corpo de matéria insignificante, na imensidão do espaço e da existência.
E, por isso, pinto, procurando encontrar significado e valor entre desencontros e buscas sem fim, que é a minha caminhada, de todos os dias, como se o dia de hoje fosse o último.
E vos deixo com a música de Chico Buarque e “ Construção”.


4 comentários:

  1. E é sempre uma maravilha ler-te e ver-te. Muitos parabéns e muito grata por partilhares estas preciosidades.

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  2. Eu não discordo de ti, mas, tu e a Ivone andam mórbidos que se fartam. Uma diz que é soturna, tu só falas no que pode acontecer. "Let the sun shine in!".

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    1. Infelizmente o que me cerca é a angústia e o desencanto deste lusitano espaço, e, por isso, escrevo o que me vai na alma, que julgo corresponder aos lamentos deste nobre povo.

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