segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Rei morto, rei posto






Estas são as primeiras pinceladas na tela que me fará estar em luta durante as próximas semanas. É sempre uma incerteza qual o desfecho quando inicio um novo trabalho. As expectativas são muitas e o resultado final é a incógnita do costume, ou seja: nunca sei se conseguirei obter a imagem apelativa que tenha os ingredientes para encantar os olhares mais críticos. Enquanto eu tento fazer o meu melhor que é, tão-somente, espalhar tintas numa superfície, o mundo roda, com as incertezas do costume. Agora, mais que nunca, os interesses, próximos e longínquos, estão centrados no norte de África. Ingenuamente, como é costume, ou por ignorância, como é mais usual, uns acreditam em fantasias, onde os “maus” darão lugar aos “bons”, esquecendo que os “maus” poderão dar lugar a outros ainda piores. A uma ditadura poderá suceder outra, como antevejo, enquanto aqui no meu pacato "cantinho" eu vou lutando por uma estética que é também um modo de estar e viver, acompanhando a par e passo o que se passa noutros domínios, porque um pintor é um cidadão do mundo, que vive os dramas e as alegrias mais íntimas e mais globais.

Rei morto, rei posto é sempre a minha luta. A uma pintura sucede outra. O que pretendo não é mudar nada, apenas e só expor ideias, através de imagens que retratam os meus interesses, os meus valores e os meus desejos. História da Minha Pintura.

E vos deixo com um texto judaico extraído do “Pensamento rabínico”:


“As dificuldades incentivam a luta do homem e orientam os seus caminhos.”

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