segunda-feira, 18 de abril de 2016

Pelos caminhos do costume







“Natureza VII e VIII”
Pintura sobre tela de 30 x 100 cm cada




Por onde agora ando, o que faço, como vejo o que me cerca, acaba por constar na minha pintura. Ela é o retrato dos caminhos do costume. Com gente dentro, mesmo que seja a ausência a maior presença. Pelos meus caminhos procuro sempre olhar o lado belo da aparência. Ou é uma nuvem, mesmo muito carregada e anunciadora de um tempo agreste, todavia com cores vibrantes; ou é o vento que move o arvoredo e deixa ver as tonalidades escondidas quando o sol brilha ; ou é a chuva que cria espaços novos com a água que corre aqui e ali. Tenho um modo de ver e olhar para as coisas não como elas são, mas somente pintura em movimento com pessoas e espaços. Quero-me afundar neste deixar andar. Pouco mais espero das emoções da alma, apenas desejo saborear o pintar, comungar e deixar correr os dias, sempre na procura de novas propostas pictóricas. Basta-me pouco. Quase nada. E é tanto.



Agora, de novo, numa azáfama tenho de pintar doze telas para um espaço preconcebido, num tempo breve. O tema é a natureza, referência constante na história da arte. O que me fascina neste pintar diário é o surgimento de iniciativas que me levam a descobrir novos caminhos aliciantes. Como é bom. Sempre numa entrega obsessiva tudo caminha para o costume.






E vos deixo com as palavras do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche que um dia disse:



“Temos a arte para não morrer da verdade.”

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