sábado, 7 de junho de 2014

Olhos nos olhos

 
 
 





 

João Alfaro

“Olhos nos olhos”, 2014

Pintura sobre tela, 60x100cm

 

 

 

 

Dias há que nada sei dizer, porque me apetece apenas saborear o silêncio, que é muito de mim. Que posso acrescentar a uma pintura, onde o pensamento do outro se esconde atrás da muralha privada que habita em cada um de nós? Nada. Simplesmente nada. E, porque nada consigo dizer, tanto há para acrescentar do não dito. Acontece muito. Nada se diz dizendo tanto. De tanto silêncio a inquietude cresce, perante a dúvida do desconhecido, todavia, que interessa saber? O melhor mesmo, tantas vezes, é ignorar, embora o saber seja fundamental, para dar razão ao sentido da orientação. De vazio em vazio se fazem os dias, ora com mantos de esperança ou de certezas. Com os olhos bem abertos ou, pelo contrário, não querendo ver o óbvio, pela razão simples que a fantasia é parte real do saber viver. E lá vamos cantando e rindo. Pois claro.

 

 

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Alexandre Dumas que disse um dia:

 

"Quis Deus que a única coisa que não se possa disfarçar seja o olhar do homem."

 

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