domingo, 18 de novembro de 2012

Farto





 
 
 
 
 
Estou farto. Farto dos telejornais; farto dos blogs lamechas; farto das conversas e dos glutões do costume. Tudo desemboca, sempre, no mesmo: crise e desencanto. O poder político tradicional já não convence. É tudo gente desacreditada. A apreensão é grande. A realidade mudou de vez. Nada é como dantes. Ou quase...nada.
 
 
Não mudo o mundo mas, não sou como a avestruz. Nunca acreditei que do ar se fizesse ouro e da preguiça riqueza. Nesta onda de fingimento e de valorização do que não existe, a vida é para ser vivida um dia de cada vez, que é como quem diz: o futuro é uma incógnita crescente, porque o amanhã é a certeza da incerteza. E há os outros: aqueles que sabem como viver, porque o mundo é dos espertos e,… só deles!
 
 
Resta-me o mesmo do mesmo: pintar. É uma benesse, bem sei, dado que é o caminho onde encontro a paz e o sentido deste andar, longe dos pareceres dos mandantes. É uma fantasia vivencial, reconheço, que tem os dias marcados pela incerteza dos demais, porque sinto-me como peixe na água enquanto pinto, ouvindo a minha música operática e longe das agruras comportamentais de muitos. Cada novo dia é a esperança em criar algo de novo que seja apelativo e congregador. E feliz me sinto, tendo oportunidade de pintar. O que é incomensurável. Podem crer.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Victor Hugo que disse:
 
“A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.”


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