domingo, 19 de fevereiro de 2012

Influências - (IV)


João Alfaro



Lucian Freud

 O pior que pode acontecer a uma pessoa é ficar só. É terrível. Uma voz, um toque, uma presença valem ouro quando a solidão é imensa. Retratar esse estado de alma é comum na arte. O desencanto; as maleitas; as desgraças; as misérias da vida fazem parte deste nosso modo de sofrimento e que tantos, em tantas épocas, ilustraram. A arte é a vida com a representação dos bons e dos maus momentos. E, por isso, gosto de pintar o que me faz sorrir e o que me deixa triste, porque tudo tem como finalidade compreender este caminho, que é o nosso, seja pelos trilhos certos, ou não...

Lucian Freud, que morreu recentemente, foi um dos que me influenciou, enquanto pintor. A temática do retrato com a expressividade da solidão que predomina na sua pintura e a qualidade dos trabalhos, muito elaborados, fizeram com que tivesse perante este grande artista um fascínio particular. A coerência e consistência pictórica numa época de tanta variedade e pretenso modernismo foram, para mim, uma fonte de inspiração e encanto.
E vos deixo com as palavras de Ortega y Gasset que escreveu in “A Desumanização da Arte”:

“O prazer estético deve ser um prazer inteligente.”


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