segunda-feira, 24 de outubro de 2011

8, 9 e 10





Dez dias para pintar uma tela é muito tempo...para alguns. Pintar é só lançar cores numa superfície; tocar um instrumento é apenas uns gestos roçando nas cordas, ou nas teclas; escrever é juntar palavras. Tudo é fácil quando não interessa a qualidade. Difícil é fazer bem ou tentar construir - segundo os critérios da estética contemporânea - uma obra que tenha os ingredientes suscetíveis do agrado de um grande grupo. E porque é mesmo complicado edificar algo que faça a diferença, o tempo da sua elaboração é sempre lato, exceto para os superdotados. A arte tem, contudo, uma norma basilar: exige muito trabalho e nada aparece senão após uma luta enorme e constante, porque não há inspiração sem um árduo e contínuo labor. Todos, mas mesmo todos - os grandes mestres - foram escravos da sua dedicação, numa entrega em que o importante foi o amor e a eterna paixão pelos valores mais sublimes da natureza humana. Felizmente há gente que gosta do que faz. A maioria não!

Estas fotografias mostram os três últimos dias da feitura desta pintura em tela: “Amor de Estudante”. Aqui se vê como é difícil pintar, porque é preciso sempre construir e destruir formas; acumular tonalidades; procurar as harmonias julgadas mais acertadas. É assim a pintura. É assim que eu trabalho. História da Minha Pintura.

E vos deixo as palavras de Lev Tolstoi que escreveu:

“Há pessoas que, ainda que pretendam ocultá-lo, perseguem um fim distinto das outras. A sua atitude perante a vida denuncia-os.”

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