Das recordações que o tempo
transporta, trago comigo os domingos, quer fossem eles de verão ou de inverno,
com sol ou sem ele, eram sempre, como hoje, encantadores. Há uma magia que
construí no fantasiar e que se simboliza pelo apego às coisas que gosto e me fazem ser aquilo que hoje mais me preenche.
Os passeios de domingo, nas
várias fases da vida, carregam consigo tantos episódios que ficam sem histórias
para contar e que, no entanto, são parte da riqueza que nos define. O vestir diferente, as idas obrigatórias a casa deste ou daquele
familiar, as caminhadas perdidas e os olhares pelas montras das lojas
convidativas ao consumo, as refeições plenas de doces e as mesas cheias de
gente na cavaqueira do gostar de estar e, não poderia deixar de falar dele, do meu pai.
As longas conversas e os passeios de domingo que ele adorava levar pela mão a
minha irmã gémea. E hoje, como ontem, as mesmas cenas e o mesmo amor mas com
outros intervenientes, porque tudo é um repetir na vertiginosa existência.
Hoje mostro dois desenhos que são
parte daquilo que faço sempre na pintura: o retrato dos que me cercam.
Sejam felizes e aproveitem o
domingo.
E vos deixo com as palavras do escritor
e jornalista colombiano Gabriel García Márquez que um dia
disse:
“A vida de uma pessoa não é o que lhe acontece, mas aquilo que recorda
e a maneira como o recorda.”
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