Cada um tem os sonhos que tem. Uns
chegam longe porque conseguem, em vida - é o interessa -, o sucesso, a
realização, o reconhecimento e as benesses que a notoriedade transporta; outros,
por muito que lutem e trabalhem, nunca conseguem alcançar nenhum dos objectivos.
Quer os notáveis quer os esquecidos, tudo se transforma num apagamento. As vidas,
de cada um, são uma memória curta, mesmo quando se pensa nas figuras maiores,
porque mesmo estas depressa as novas gerações as colocam no lugar da volatilidade
da existência. E a questão que se coloca é
pertinente: porque querem tanto o apogeu e a fama, quando ela é tão
efémera?
O melhor, digam o que disserem, é ter algum
reconhecimento, porque há caminhos que exigem alguma reciprocidade na comunhão
de objectivos. Sem uma palavra e apenas com o silêncio como resposta o caminhar
é dificílimo para todos, até para os perdidos. Se se trabalha tanto ,
independentemente da qualidade desse mesmo trabalho artístico ( é só dele que
falo), há um motivo, uma razão maior para tanta entrega apaixonada: o prazer da
concepção.
Penso muito nos prazeres da vida
e nas opções de consumir o tempo, na voragem dos dias, e confesso que só
encontro nesta obsessiva missão artística o alcance maior. Não sei porque gosto
tanto de me refugiar na solidão do espaço confinado do ateliê, mas é como se
ele fosse o universo todo, com tudo dentro, mesmo que o vazio seja a sua
matéria.
Agora e durante dois meses perto
de si (todos os caminhos vão dar à Golegã), no Equuspolis a minha exposição de
pintura “Verdes são os campos”.
E vos deixo com as palavras do
escritor sul- africano, John Tolkien que um dia disse:
“Aquilo que nós mesmos escolhemos é muito pouco: a vida e as circunstâncias
fazem quase tudo.”
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