terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Na eterna procura










Cada um tem os sonhos que tem. Uns chegam longe porque conseguem, em vida - é o interessa -, o sucesso, a realização, o reconhecimento e as benesses que a notoriedade transporta; outros, por muito que lutem e trabalhem, nunca conseguem alcançar nenhum dos objectivos. Quer os notáveis quer os esquecidos, tudo se transforma num apagamento. As vidas, de cada um, são uma memória curta, mesmo quando se pensa nas figuras maiores, porque mesmo estas depressa as novas gerações as colocam no lugar da volatilidade da existência. E a questão que se coloca é  pertinente: porque querem tanto o apogeu e a fama, quando ela é tão efémera?



 O melhor, digam o que disserem, é ter algum reconhecimento, porque há caminhos que exigem alguma reciprocidade na comunhão de objectivos. Sem uma palavra e apenas com o silêncio como resposta o caminhar é dificílimo para todos, até para os perdidos. Se se trabalha tanto , independentemente da qualidade desse mesmo trabalho artístico ( é só dele que falo), há um motivo, uma razão maior para tanta entrega apaixonada: o prazer da concepção.



Penso muito nos prazeres da vida e nas opções de consumir o tempo, na voragem dos dias, e confesso que só encontro nesta obsessiva missão artística o alcance maior. Não sei porque gosto tanto de me refugiar na solidão do espaço confinado do ateliê, mas é como se ele fosse o universo todo, com tudo dentro, mesmo que o vazio seja a sua matéria.



Agora e durante dois meses perto de si (todos os caminhos vão dar à Golegã), no Equuspolis a minha exposição de pintura “Verdes são os campos”.







E vos deixo com as palavras do escritor sul- africano, John Tolkien que um dia disse:


“Aquilo que nós mesmos escolhemos é muito pouco: a vida e as circunstâncias fazem quase tudo.”

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