João alfaro, 2016
Retratos de agradecimento
.
A exposição “No Feminino”, que teve
por tema o nu feminino, é um olhar pela intimidade da mulher, em alguns
contextos do lar, com o objetivo maior de retratar a serenidade e o encanto.
E chegou ao fim, após dois meses,
esta mostra, que só foi possível pela
gentileza camarária, embora sabendo que compete aos organismos públicos servir
o cidadão e não o seu oposto, mas nunca é demais saber agradecer.
Para mim foi muito gratificante
ver um enorme cartaz anunciador do evento. A dimensão e o local onde se situava
tinha todos os ingredientes para atrair visitantes. Foram os que foram e, a
esses, em particular, o meu agradecimento. Tudo o que faço na pintura é apenas
um devaneio e um gostar ardentemente de espalhar cores numa superfície,
enquanto me deixo levar pela fantasia e pelos sonhos da importância de
comunicar, pelo silêncio, o quanto é belo o lado artístico.
Procurei que as minhas obras fossem, pela temática, um chamariz, dentro do enquadramento que as artes plásticas têm no contexto cultural. O balanço final é o possível no realismo do presente. Agora que se fechou mais uma exposição, outra, com novas telas, estão na calha para serem mostradas, porque é preciso caminhar e acreditar que vale a pena.
Pintar é ocupar um tempo na
realização de uma obra que interessa a alguns poucos, como tudo na vida. Para
mim é sempre uma entrega constante e um prazer imenso mergulhar nos mistérios
da arte, mesmo que os espinhos sejam muitos e as nuvens negras também, mas há,
algures, uma luz ao fundo do túnel.
E vos deixo com as palavras de Simone
de Beauvoir, escritora francesa do século XX, que escreveu in,” Para uma Moral da Ambiguidade”:
“É o desejo que cria o desejável e o projecto que lhe põe fim.”
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