Neste sopro do viver, onde tanto
acontece - como mostra a imagem das múltiplas exposições de pintura que fiz -, os dias correm para uns com a palpitação de novas vivências e
expectativas futuras, enquanto para outros é mais do mesmo, sem chama nem
esperança.
Um dia, outro dia e mais outro;
uma semana, outra e outra; os meses, assim como os anos chegam e logo partem. É
mesmo um sopro a vida: tão frágil e tão
ambiciosa. Sorrisos, amores, palpitações, sonhos, desilusões, desencontros e
tragédias compõem o ramalhete descritivo de cada um, com modos de olhar e
sentir bem diferentes, porque cada caso é um caso, e só quem está no convento
sabe o que lá vai.
Aquele olhar, aquela voz, aquela
esperança, aquela virtude e aquele futuro, quando partem de vez, deixam uma dor
que nem o tempo consome, restando a força e a determinação para continuar,
porque o mundo roda até ao suspiro final. Para todos. Há tristezas e tristezas, umas
infinitas outras apenas dores que o tempo e as circunstâncias apagam. Um ano passou, outro mais e outro ainda, mais outros virão. Resta a saudade e a memória.
Mudamos tanto, tanto, tanto. Ora
o sonho é um, ora a esperança é outra. O que nos aproxima hoje pode ser a razão
para o afastamento amanhã, e a solução é procurar um sabor
apelativo do gostar, porque somos -sempre fomos- pequeninos, embora, momentaneamente, julgados gigantes.
Olhando para o meu trajeto
pictórico, apenas possível por tanta crença e determinação na luta por um ideal, apesar dos momentos menos bons e da frieza dos factos, foi um
caminho de entrega e amor, com muito sonhar à mistura. O resto pouco importa.
E vos deixo com as palavras de
Virgínia Woolf:
“ A vida é como um sonho; é o
acordar que nos mata.”
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