terça-feira, 16 de agosto de 2016

A vida é um sopro
















Neste sopro do viver, onde tanto acontece - como mostra a imagem das múltiplas exposições de pintura que fiz -, os dias correm para uns com a palpitação de novas vivências e expectativas futuras, enquanto para outros é mais do mesmo, sem chama nem esperança.





Um dia, outro dia e mais outro; uma semana, outra e outra; os meses, assim como os anos chegam e logo partem. É mesmo um sopro a vida: tão frágil e tão ambiciosa. Sorrisos, amores, palpitações, sonhos, desilusões, desencontros e tragédias compõem o ramalhete descritivo de cada um, com modos de olhar e sentir bem diferentes, porque cada caso é um caso, e só quem está no convento sabe o que lá vai.




Aquele olhar, aquela voz, aquela esperança, aquela virtude e aquele futuro, quando partem de vez, deixam uma dor que nem o tempo consome, restando a força e a determinação para continuar, porque o mundo roda até ao suspiro final. Para todos. Há tristezas e tristezas, umas infinitas outras apenas dores que o tempo e as circunstâncias apagam. Um ano passou, outro mais e outro ainda, mais outros virão. Resta a saudade e a memória.




Mudamos tanto, tanto, tanto. Ora o sonho é um, ora a esperança é outra. O que nos aproxima hoje pode ser a razão para o afastamento amanhã, e a solução é procurar um sabor apelativo do gostar, porque somos -sempre fomos- pequeninos, embora, momentaneamente, julgados gigantes.




Olhando para o meu trajeto pictórico, apenas possível por tanta crença e determinação na luta por um ideal, apesar dos momentos menos bons e da frieza dos factos, foi um caminho de entrega e amor, com muito sonhar à mistura. O resto pouco importa.








E vos deixo com as palavras de Virgínia Woolf:




“ A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.”

















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