Uma das telas recentemente concebida e a mostrar na próxima exposição.
Os dias correm e o que lá vai, lá
vai. Agora é recomeçar de novo e pensar no próximo evento, porque um artista tem de, para manter a chama, apresentar novos trabalhos continuamente. Procuro, até
para me obrigar a uma rotina de múltiplas tarefas, ter exposições programadas
que me permitam, quase sempre, mostrar obras nunca expostas, num sistemático
modo de despertar interesse, in loco, pelas características do processo
criativo que, muitas vezes, só são perceptíveis, ao olhar, no contacto directo e muito
próximo da pintura.
Houve um tempo em que aprendi
muito, com a observação directa das obras dos grandes mestres, apesar de muitas
das peças já as conhecer de imagens dos livros, mas era fundamental ver perto,
quase tocando nelas, sentindo a aparente presente do artista criador e ter, também, uma noção plena das dimensões das obras. Hoje é um pouco diferente. A
tecnologia melhorou e as fotografias das peças têm uma qualidade gráfica excelente revelando os mistérios da arte com os processos de produção, que estavam
ocultos em fotos de baixa qualidade. A internet abriu novas fronteiras e criou
campos de intervenção e debate que aproxima o artista dos interessados e, confesso,
já não gosto de percorrer as galerias de Lisboa na busca de captar algo de
novo. Estou diferente, era outro tempo, todavia, gosto de ter gente por perto
quando me apresento publicamente e revelo como pinto o que pinto.
A pintura tem a importância que
tem e serve para o que serve, mas há em mim um gostar tanto que a sublimação é
constante, neste pensar e fazer da minha pintura uma opção de vida, com os
benefícios e as maleitas de sempre. E caminho. Muito.
E vos deixo com as palavras de Émile-Auguste
Chartier ensaísta e filósofo francês
que disse um dia:
“O erro próprio dos artistas é acreditarem que fariam melhor meditando
do que experimentando. (...) É fazendo que se descobre aquilo que se quer
fazer.”
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