Estive em Lisboa e visitei dois
espaços magníficos, repletos de muita pintura, escultura, desenhos, gravuras e
uma panóplia de artefactos próprios de um artista plástico. Tanto trabalho ali,
expressão de uma vida dedicada às artes. Um imenso espólio que talvez um dia seja objecto de estudo e de consideração. Talvez. Do que gostei mais foi da alegria ali patente, no querer viver, e no desejo continuado
de trabalhar mais e mais, mesmo que o tempo seja curto.
Foi um dia longo, belo e para recordar.
Conheci o mestre Teixeira Lopes quando era aluno nas Belas Artes de Lisboa. Foi
meu professor. Tantos anos depois o reencontro, agora eu, porque estou integrado no projecto do ArtSapce João Carvalho, com o intuito de organizar uma
exposição do mestre. Os artistas têm os seus apoiantes e detractores. Uns gostam
e adjectivam; outros adoram vilipendiar ou ignorar. A mim encheu-me a alma ver tanta
dedicação, amor e crença num ideal de beleza e numa afirmação de existência. Os
julgamentos de valor ficam para quem os quiser dar, porque o mais
significativo é a batalha de uma vida toda ela dedicada a um ideal artístico,
num país que tem tanto de bom e belo, como de inveja de uns para outros.
Os anos passam e deixo-me levar
por uma entrega, sem procurar caminhos relevantes, apenas e só querendo
aproveitar a réstia de tempo, que é uma preocupação permanente que me segue e me atormenta. Fico feliz
quando o dia cai e considero útil o que fiz. E ver tanta obra de um só homem foi um regalo. E um incentivo, para continuar a fazer mais e mais.
E vos deixo com as palavras de Oscar Wilde, escritor, poeta dramaturgo
e ensaísta do século XIX, que um dia
disse:
“Todos nós, sem excepção, passamos a vida à procura do segredo da vida.
Pois bem: o segredo da vida reside na arte.”
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