João Alfaro
Agora é só futebol. Mas eu não morro
de amores. Dos pontapés na bola, claro. Do que gosto é da companhia que o
futebol me dá. Do convívio. Das saudáveis loucuras. Do tempo consumido na
cavaqueira do falar barato. Apenas e só. Dos amores maiores tenho dois ou três.
Um deles, sem dúvida, é a pintura. Vivo querendo esgotar-me pintando. Não sei
explicar esta entrega. É apenas uma mistura de paixão latente que os anos não
consomem, e, um caminhar sem outro destino. Enfim, entrega por um ocaso. Apenas isso
e mais nada. Das limitações que a realidade me vislumbra, permanece este querer
contínuo de dar significado aos dias, como se a ilustração fosse um modo de
andar ao colo com um desígnio, que, só eu sou signatário, ou não fosse o
sonho uma aventura de muitas luas e poucos vislumbres.
E vos deixo com as palavras de John Lennon:
"Não interessa quem tu amas, onde é que amas, porque é que amas,
quando é que amas ou como é que amas, o que interessa é que amas."
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