Não há fome que não dê em
fartura, como diz o ditado popular. Tenho fases de muita exposição pública e
depois um recolhimento. Sou assim: não gosto de estar muito presente. Cultivo o
silêncio e o parco convívio. Não sei como é possível estar em tanto lado ao
mesmo tempo e apresentar obra. Eu vejo-me grego para fazer o que tanto gosto. O
tempo nunca me chega, por muito espartano que seja, na gestão horária. Os dias
correm demasiado depressa. As manhãs voam e eu começo bem cedo ( para
aproveitar a luz do dia) a trabalhar na arte das cores. E a vida passa, num ápice,
entre as tintas, os sonhos e, as angústias. E é já no domingo que encerra a
exposição na Levada, em Tomar, “13 Luas”.
Acaba a primeira de muitas ( espero eu)
exposições de artes plásticas naquele espaço onde se mistura o passado industrial
com a arte moderna, em que uns são mais modernos que outros, mas todos, mesmo
todos, querendo mostrar que a vida artística está bem viva e recomenda-se. Para
o próximo ano há mais, segundo promessa da edilidade e, até lá, é preciso ir
trabalhando para que a inovação surja e novas ideias pictóricas se tornem
realidade, porque só com dedicação constante e muita entrega se descobrem novos
caminhos e, é só na procura persistente do belo que se alcança o imaginário e os
dias sorriem, tudo isto para que faça algum sentido a nossa existência e talvez lembrança pelos vindouros, embora o que conta mesmo é o instante.
E vos deixo com as palavras do
poeta Teixeira de Pascoaes que um dia disse:
“Existir não é pensar: é ser
lembrado.”
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