Com muita gente, na inauguração,
mais uma exposição para recordar. Confesso que estou um pouco cansado de
mostrar individualmente o meu trabalho pictórico. Quando se trabalha em grupo
há vantagens consideráveis e, como sempre, algum desconforto, porque acertar
ideias e atitudes convergentes não é para todos, e há sempre quem queira ser
diferente, quando o princípio maior seria a paridade. O que se deseja num
qualquer grupo é que ele funcione e se galvanize para bem de todos, no entanto,
nunca é fácil, pode ser que resulte desta feita. A ver vamos.
Uma exposição colectiva coloca em
comparação os trabalhos de uns e de outros, mesmo que não haja um fio condutor,
nem um propósito estético convergente, como é o caso destes dez artistas
integrantes do grupo “13 Luas”, mas quando colocados lado a lado e no mesmo
espaço expositivo as comparações são inevitáveis, o que é sempre bom, perante
as diferentes sensibilidades, percursos e objectivos.
O espaço onde está patente esta
exposição merece uma chamada de atenção pela singularidade do edifício e da sua
história. Recuperado, quase na sua totalidade, bem no centro da cidade de
Tomar, é agora um museu industrial aberto, também, a exposições várias, para
que haja um intercâmbio entre o passado definido pela maquinaria que se deseja
preservar para memória futura, e, a modernidade com os eventos artísticos
geradores de visitas continuadas. Olhar cada máquina que o pó cobre e a
ferrugem ameaça, entrelaçada com arte contemporânea, é ver dois tempos e dois
mundos tão diferentes, distantes e agora articulados, apenas porque é preciso
saber valorizar o trabalho quer ele seja obra de uns ou de outros.
E vos deixo com as palavras do
escritor russo Máximo Gorky que um dia disse, in Os Subterrâneos”:
“Quando o trabalho é um prazer, a
vida é bela! Mas quando nos é imposto, a vida é uma escravatura.”
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