Vou, já nesta quarta-feira, participar numa nova exposição de pintura com seis trabalhos recentes, na cidade
de Tomar, e integrado no grupo 13 Luas. É uma colectiva de escultores e pintores,
unidos apenas pela proximidade geográfica, sem um conteúdo estético comum, nem
propósitos artísticos semelhantes. Pessoas de diferentes formações, de idades
desiguais, com objetivos artísticos díspares, mas que a distância uniu. Uns escassos
30 quilómetros separam uns dos outros e foi a proximidade que fez nascer
este grupo, para que haja também um caminhar conjunto, onde os trabalhos de uns
se articulem com as obras de outros e, as exposições se sucedam num caminhar
não solitário, como é norma, mas com muitos mais.
As exposições de artes plásticas são
em regra, quase sempre, eventos com poucas pessoas, mesmo nas galerias mais
conceituadas, porque as características e os propósitos são apenas, para um
nicho de interessados e, se o artista tem poucos amigos ou não é um nome
apelativo, quase ninguém vê, porque, diga-se, as exposições são muitas, e um
pouco por todo o lado, até em locais isolados, em povoados com pouca gente. Quando
se percorre a Europa e se olha para o panorama artístico é preciso destacar a
grande diferença que existe na proporção demográfica. Aqui, as nossas cidades
são pequenas e com pouca população, ao contrário do que acontece em quase todo
o espaço comunitário, donde o melhor meio para divulgar o que se faz é mesmo a
internet, no entanto, ver diretamente uma obra tem outro alcance e é para isso
mesmo que os artistas, quase todos, precisam de expor temporariamente, porque é preciso dizer que a
arte é uma realidade palpável e sentida, do melhor que o Homem transporta.
E vos deixo com as palavra de Fernando
Pessoa , in Ideias Estéticas:
“Só a arte é útil. Crenças,
exércitos, impérios, atitudes – tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte
se vê, porque dura.”
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