João Alfaro
Pinturas sobre tela ( primeiros esboços)
Agora
tenho em mãos um novo projecto que é, como todos os outros no domínio pictórico,
um desafio que se traduz em pintar, para um espaço belíssimo, doze telas em que
a temática é a natureza, para que faça sentido a relação entre a arte e o
enquadramento envolvente. Por breves instantes tive de interromper a temática
que agora predomina na minha pintura e que surgiu também de um desafio que me
foi apresentado então. Do que gosto mesmo é de ir desbravando caminhos numa
eterna procura, para que faça sentido e seja aliciante o esforço e a dedicação,
porque, tal como na vida, a monotonia é o que nos destrói e nada melhor que
procurar e procurar sempre novos desafios, mesmo sabendo que tudo deixa um
rasto, e na pintura uns temas conduzem a outros, como acontece no dia a dia.
Quando
me é proposto um trabalho procuro sempre, até chegar ao objecto final, fazer
muitos estudos e provas extras, porque só assim se consegue aperfeiçoar o
pretendido. Fica, no entanto, sempre em mim um sentimento de inquietude e de não
ter atingido o desejado. Sou assim. Entre as dúvidas, os medos e a certeza o
que fica é o momento e o sonho.
E
vos deixo com as palavras da poetisa Florbela Espanca, que um dia
escreveu:
“O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia
constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista;
sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma
que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!”
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