segunda-feira, 4 de abril de 2016

5/12










João Alfaro

Pinturas sobre tela ( primeiros esboços)




Agora tenho em mãos um novo projecto que é, como todos os outros no domínio pictórico, um desafio que se traduz em pintar, para um espaço belíssimo, doze telas em que a temática é a natureza, para que faça sentido a relação entre a arte e o enquadramento envolvente. Por breves instantes tive de interromper a temática que agora predomina na minha pintura e que surgiu também de um desafio que me foi apresentado então. Do que gosto mesmo é de ir desbravando caminhos numa eterna procura, para que faça sentido e seja aliciante o esforço e a dedicação, porque, tal como na vida, a monotonia é o que nos destrói e nada melhor que procurar e procurar sempre novos desafios, mesmo sabendo que tudo deixa um rasto, e na pintura uns temas conduzem a outros, como acontece no dia a dia.


Quando me é proposto um trabalho procuro sempre, até chegar ao objecto final, fazer muitos estudos e provas extras, porque só assim se consegue aperfeiçoar o pretendido. Fica, no entanto, sempre em mim um sentimento de inquietude e de não ter atingido o desejado. Sou assim. Entre as dúvidas, os medos e a certeza o que fica é o momento e o sonho.




E vos deixo com as palavras da poetisa Florbela Espanca, que um dia escreveu:



“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!”

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