“Natureza VII e VIII”
Pintura sobre tela de
30 x 100 cm cada
Por onde agora ando, o que faço,
como vejo o que me cerca, acaba por constar na minha pintura. Ela é o retrato
dos caminhos do costume. Com gente dentro, mesmo que seja a ausência a maior
presença. Pelos meus caminhos procuro sempre olhar o lado belo da aparência. Ou
é uma nuvem, mesmo muito carregada e anunciadora de um tempo agreste, todavia
com cores vibrantes; ou é o vento que move o arvoredo e deixa ver as tonalidades
escondidas quando o sol brilha ; ou é a chuva que cria espaços novos com a água
que corre aqui e ali. Tenho um modo de ver e olhar para as coisas não como elas
são, mas somente pintura em movimento com pessoas e espaços. Quero-me afundar
neste deixar andar. Pouco mais espero das emoções da alma, apenas desejo saborear
o pintar, comungar e deixar correr os dias, sempre na procura de novas
propostas pictóricas. Basta-me pouco. Quase nada. E é tanto.
Agora, de novo, numa azáfama
tenho de pintar doze telas para um espaço preconcebido, num tempo breve. O tema
é a natureza, referência constante na história da arte. O que me fascina neste
pintar diário é o surgimento de iniciativas que me levam a descobrir
novos caminhos aliciantes. Como é bom. Sempre numa entrega obsessiva tudo
caminha para o costume.
E vos deixo com as palavras do
filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche que um dia disse:
“Temos a arte para não morrer da verdade.”
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