Homenagem póstuma ao
artista António Galvão
Quando um artista morre resta a
saudade dos seus e um espólio para outros vindouros. Na escrita, nos espectáculos
de palco, nas artes plásticas, no cinema e em todo o lado, fica o rasto da
passagem dos que, pela paixão e entrega, criaram um mundo de fantasia e esperança,
em que a morte física é apenas uma etapa até ao esquecimento final.
Quando um artista morre é lembrado o percurso e o conteúdo da mensagem de tanta energia comunicativa que a arte
transporta. Fazem-se homenagens, colocam-se placas aqui e ali, flores, lágrimas
e um vazio.
Quando um artista morre deixa uma
marca neste universo de insignificância, que é a eterna procura do significado
da nossa existência e o porquê dela.
Quando um artista morre, na
catalogação da sua obra, surgem uns e outros circundando ora no silêncio e no
afastamento, ora na presença e comunhão do legado. Venha o diabo e escolha o
bom do mau, o péssimo do maravilhoso, o criador do repetitivo.
Quando um artista morre é porque
nos deixou não deixando, ou deixando morreu antes do tempo. Mas amanhã é outro
dia e, talvez, surja um outro artista e outros caminhos pela descoberta dos
mistérios da vida.
E, vos deixo com as palavras do
filósofo e escritor francês, que viveu no século XVIII, Jean Jacques Rousseau:
“Morro aos poucos em todos aqueles que gostam de mim.”
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