segunda-feira, 11 de abril de 2016

Quando um artista morre









Homenagem póstuma ao artista António Galvão






Quando um artista morre resta a saudade dos seus e um espólio para outros vindouros. Na escrita, nos espectáculos de palco, nas artes plásticas, no cinema e em todo o lado, fica o rasto da passagem dos que, pela paixão e entrega, criaram um mundo de fantasia e esperança, em que a morte física é apenas uma etapa até ao esquecimento final.



Quando um artista morre é lembrado o percurso e o conteúdo da mensagem de tanta energia comunicativa que a arte transporta. Fazem-se homenagens, colocam-se placas aqui e ali, flores, lágrimas e um vazio.



Quando um artista morre deixa uma marca neste universo de insignificância, que é a eterna procura do significado da nossa existência e o porquê dela.



Quando um artista morre, na catalogação da sua obra, surgem uns e outros circundando ora no silêncio e no afastamento, ora na presença e comunhão do legado. Venha o diabo e escolha o bom do mau, o péssimo do maravilhoso, o criador do repetitivo.



Quando um artista morre é porque nos deixou não deixando, ou deixando morreu antes do tempo. Mas amanhã é outro dia e, talvez, surja um outro artista e outros caminhos pela descoberta dos mistérios da vida.



E, vos deixo com as palavras do filósofo e escritor francês, que viveu no século XVIII, Jean Jacques Rousseau:




“Morro aos poucos em todos aqueles que gostam de mim.”

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