João Alfaro
“Daniela e Caty”, 2015
Desenho: pastel de
óleo sobre papel Canson
Em 95 fui a Londres. Não resisti
e entrei naquela loja. Em vez de adquirir as eternas peças turísticas que fazem
parte das viagens, para mais tarde recordar, eu fiz o que é muito meu: sempre
que vejo materiais de pintura não resisto. Compro e compro. Só não consigo consumir
ao ritmo das aquisições. E tudo se vai acumulando: telas, pincéis sem fim,
papéis, cartolinas, paletas, fitas, tudo, tudo. Agora, passados vinte anos, por
artes mágicas encontrei a caixa de pastéis de óleo adquirida nessa viagem. Foi um
outro modo de recordar um tempo e, de imediato, comecei a fazer uso da quase
intacta caixinha das cores. Mais uma nova fase surgirá agora com a utilização
deste específico meio riscador. E, transformado numa criança acabada de receber
uma prenda, só me resta desenfreadamente trabalhar com as armas que tanto me
fascinam. Eu sou assim.
Convidado para expor, brevemente,
num espaço relativamente pequeno e, porque gosto que cada evento meu seja,
sempre que possível, composto por pintura nunca antes mostrada publicamente,
estou agora numa saudável azáfama para corresponder aos que em mim acreditam. Surge,
por esta razão, uma exposição que será composta pelo retrato de algumas das
pessoas que comigo colaboraram como modelos e que agora me cabe prestar uma
homenagem, porque faço da minha pintura uma ilustração dos que me rodeiam. A
mostrar em novembro.
E vos deixo com as palavras de Carlo
Goldoni que um dia disse:
“Discutir gostos é tempo perdido; não é belo o que é belo, mas aquilo
que agrada. “
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