segunda-feira, 10 de agosto de 2015

E amanhã como será ?




 


 

João Alfaro

“Selene”, 2015

Pintura sobre tela de 80x120 cm (em construção)

 

Amanhã não sei como estará o desenvolvimento deste trabalho. Felizmente. É a incerteza do evoluir da pintura que me fascina, mesmo que isso signifique sempre, mas mesmo sempre, muito procurar, com as dúvidas constantes e o saber que jamais conseguirei chegar ao pretendido. O tempo passa e por muita dedicação e entrega tudo parece ter os resultados do costume e a mesma insatisfação de todos os dias. Nada muda, apenas a consciência latente do quão difícil é percorrer caminhos impregnados de tanta interrogação. Mas não sou de desistir, bem pelo contrário, cada vez mais me deixo enlear no maravilhoso mundo que é produzir pelo prazer do fazer, sem que haja outro objetivo senão de querer ir por aí num imaginário de fantasia, em que o observar é o fulcral para o que me interessa, como se todo o resto fosse apenas insignificante, e a pintura o alimento da vida. Da minha. Obviamente.

 

A sensualidade e a beleza são condimentos do desejo, da vaidade, do gostar de estar bem, que é muito do que retrato, onde as personagens se extasiam nos jogos do encantamento. Aqui, mais uma vez, tento pintar o lado intimista com os considerandos que hoje comungam os valores estéticos deste tempo de tanta dúvida.

 

 

 

Recordo hoje as palavras de Leonardo  de Vinci, genial artista e cientista que um dia disse:

 

 

“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã. “

 

 
 


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