João Alfaro
“Selene”, 2015
Pintura sobre tela de
80x120 cm (em construção)
Amanhã não sei como estará o
desenvolvimento deste trabalho. Felizmente. É a incerteza do evoluir da pintura
que me fascina, mesmo que isso signifique sempre, mas mesmo sempre, muito
procurar, com as dúvidas constantes e o saber que jamais conseguirei chegar ao
pretendido. O tempo passa e por muita dedicação e entrega tudo parece ter os
resultados do costume e a mesma insatisfação de todos os dias. Nada muda, apenas
a consciência latente do quão difícil é percorrer caminhos impregnados de tanta
interrogação. Mas não sou de desistir, bem pelo contrário, cada vez mais me
deixo enlear no maravilhoso mundo que é produzir pelo prazer do fazer, sem que
haja outro objetivo senão de querer ir por aí num imaginário de fantasia, em
que o observar é o fulcral para o que me interessa, como se todo o resto fosse apenas insignificante,
e a pintura o alimento da vida. Da minha. Obviamente.
A sensualidade e a beleza são
condimentos do desejo, da vaidade, do gostar de estar bem, que é muito do que
retrato, onde as personagens se extasiam nos jogos do encantamento. Aqui, mais
uma vez, tento pintar o lado intimista com os considerandos que hoje comungam
os valores estéticos deste tempo de tanta dúvida.
Recordo hoje as palavras de Leonardo
de Vinci, genial artista e
cientista que um dia disse:
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice.
Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã. “
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