Não sei se é da irreverência e do
desassossego constante, que me persegue em busca de nova figuração, o que sei é
que vou, mais uma vez, desenhar compulsivamente, porque me conheço e irei
descobrir outros caminhos, que é o procuro, para que se mantenha a chama
ardente da paixão artística, razão para tanta entrega, neste meu querer, pois é
o melhor que tenho para alcançar, com as forças que me acompanham, apesar de
tantos percalços e eternos desencontros, mas só sei que a solução está em
continuar e acreditar até ao fim. E eu não sou de desistir. Nunca.
Quando era miúdo li as cartas do
Van Gogh, do que ficou, registo a paixão pelo trabalho que ele ia fazendo e,
sobretudo, a verdade enquanto homem. Foi um daqueles livros que me marcou e
definiu a minha personalidade: entrega às paixões. Uma paixão é um momento
doentio de exaltação, que é fundamental para o equilíbrio da monotonia quase
permanente dos dias. De paixão em paixão se faz uma vida. A minha também. A pintura
é uma delas (para mim), e é, onde posso mostrar o meu silêncio. O resto pouco importa. O mercado é o
que é. Importante é ir fazendo e mostrando, agora aberto ao mundo, mesmo que só
pela imagem virtual.
E vos deixo com as palavras que
um dia Georg Hegel disse:
“Nada de grande se realizou no mundo sem paixão. “
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