João Alfaro
“Espelho do instante”,
2014
Pintura sobre tela de
120x80 cm
O espelho dá a imagem do instante.
E só desse instante, ou seja: numa linguagem fria e insensível tudo se resume à imagem de um momento, por mais filosóficas e teóricas análises, desemboca na simplicidade e crueza da fatalidade, o olhar para o espelho e ver segundo o que queremos nesse instante. É só isso, todavia,
marcante quando se olha e não se gosta do que se vê. Naquele instante ou, pior
ainda, pela vida inteira. Tudo muda e até a nossa imagem do instante. O que
fica é a aparência do momento, que o tempo leva nas lembranças. E, das muitas
imagens que o espelho reflete, há sempre o desejo que ele traduza cânones de
beleza contemporânea ou estados de alma aprazíveis, mas entre a verdade e a mentira há o
lado real e verdadeiro do instante. Contra factos não há argumentos…
Na procura constante do apelativo
modo de pintar, surge, agora, na minha temática, a representação feminina em
que muito da intimidade e da beleza se vislumbra por olhares do instante, que
só o espelho é capaz de dizer quem é como, naquele instante.
E vos deixo com as palavras de Epicteto:
"As pessoas ficam
perturbadas, não pelas coisas, mas pela imagem que formam delas."
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