O ano de 2014 aproxima-se do fim
e é chegada a altura de olhar, com olhos de ver, o que foi feito, porque foi
feito e como foi feito o caminho e as opções. Na pintura, na minha pintura, há
um desassossego permanente, em busca do elixir da beleza e do encanto, que me foge,
contudo e inevitavelmente, ano após ano. Mas eu sei que irei sempre perseguindo
o sonho, por muito agreste e longínquo que ele seja, porque não consigo viver
sem sonhar, dado que, das maravilhas que a vida comporta, nada melhor que criar
um imaginário, onde reina a nossa determinação e, é ela que nos alenta para
continuar na senda, que é, neste caso específico, a procura permanente pela
afirmação da identidade e do reafirmar que vale a pena lutar pelos ideais e
pelas paixões, mesmo que em rotas sem fim e sem vislumbres paradisíacos.
Estes foram alguns dos trabalhos
pictóricos que fiz em 2014, tendo por base como tema a beleza humana e,
sobretudo, o meu olhar sobre a magia encantatória da mulher. Foi um ano cheio
de encontros, de novas oportunidades, de esperanças, de desejos, e, sobretudo,
de elos comunicativos entre pontes diferentes, que julgava estarem longe de
mim, mas que, porque o mundo artístico é fértil em episódios marcantes, muito
ainda tenho para viver de momentos certamente recordáveis. Importante mesmo é
que o tempo passa e sempre vou conseguindo arranjar meios e processos que me
ajudam a querer fazer mais, continuadamente mais. Felizmente.
E vos deixo com as palavras de Simone
de Beauvoir:
"É na arte que o homem se
ultrapassa definitivamente."
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