“Dançarina”, Pintura
sobre tela de 2012
Aqui, neste país à beira mar plantado
é chegado o momento - para alguns - de saborear os prazeres do verão, as
vantagens do calor e do repouso que traduzem o período estival e, sobretudo,
esquecer um ano de trabalho. É frequente ver outro encanto nos rostos, nas
posturas e nas expectativas quando o sol aquece. Todos ficam diferentes. Depois
logo se vê. Agora é a fase dos prazeres e dos sabores: das viagens, das
diferenças comportamentais, dos desejos. Como é belo sonhar. E nada mais
interessa. Até ao despertar do desencanto.
Viajar é ir em busca de algo
novo. Há os que procuram a preservação da natureza e as belezas ainda
existentes de um passado que se quer prolongar; há os que buscam a inovação e
tudo o que a modernidade tem para dar. Estes dois modos de descoberta procuram
o exótico, o diferente e, naturalmente, o mistério da vida e das coisas.
E é nesta mescla de descobertas,
viagens, desejos e sonhos que o exotismo ganha relevo: nunca se viajou tanto;
nunca tantos comungaram diferenças culturais como hoje; nunca tanta gente
conheceu tanto em tanto lado. E, no entanto, as guerras continuam. E há os que
gostam de copiar, de adulterar outros modos de ver e sentir. Bem longe, ou tão
perto se faz igual, como se fosse possível transpor a História e as tradições
numa aparência visual. É o que acontece, neste mundo de enganos. Como é bom
fingir que a vida é bela.
E de mentiras se constrói o
caminho, porque tudo é breve. Aqui vai um, ali outro e todos, todos vivendo ou
desejando exóticos destinos e vivências felizes, numa fantasia de enganos, que
é, afinal, o que se vive, sobretudo, nos dias tórridos de verão…
E vos deixo com as palavras de William
Shakespeare que disse um dia:
“Se todo o ano fosse de férias
alegres, divertirmo-nos tornar-se-ia mais aborrecido do que trabalhar.”
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