domingo, 22 de julho de 2012

O espelho








“Quem é mais bela do que eu?”, Pintura sobre tela de 2012

O espelho mostra-nos o lado exterior de nós próprios. É um dos modos de nos reconhecermos fisicamente num mundo de gente semelhante e, curiosamente, todos tão singulares. É verdadeiramente mágico que na imensidão humana se consiga ser diferente, mesmo tão iguais na aparência. Tanta gente. E há qualquer coisa em cada um de nós que nos distingue e diferencia. É maravilhoso que assim seja, no entanto, porque cada pessoa é única, e, por isso, insubstituível, as mágoas são muitas quando alguém parte…
E o espelho é, também, o palco das vaidades em que se procura ver o corpo belo, para obedecer aos rigores estéticos do momento, mas não há formosura que resista ao tempo…
 

Quanto ao nosso lado interior não há espelho que mostre o que nos vai na alma, embora os olhos digam muito, porque são um indicativo de alegria ou tristeza. Felizmente que há um cantinho, dentro de nós, só nosso, onde guardamos os segredos e as lamentações... dos “pecados” ou da falta deles. Bem longe dos espelhos...


 
E vos deixo, mais uma vez, com as palavras de Fernando Pessoa que disse um dia:

 “Do indivíduo temos de partir, ainda que seja para o abandonar.”

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