“À Beira-Mar”,
Pintura sobre tela de 2012
O que precisamos todos é de pensar e de falar
das coisas boas. A virtude dos dias tórridos é de apaziguar os males e renovar
as esperanças dos que ainda acreditam. A crença em dias melhores, dentro do
possível, é uma obrigação. É um imperativo. O espírito lusitano com pouco faz
muito, e, nem sempre com o muito multiplica. Haverá continuamente injustiçados,
azarentos e inconformados. Paciência. Mas nem tudo é negro nem celestial.
Enquanto o Estado Social não cair de podre, vamos cantando e rindo entre
fantasias e utopias: uns acreditando que do ar se faz ouro; outros julgando que
o mal só acontece aos desgraçados do costume. E eu, aqui, vou pintando numa
espiral de ilusão. Com muita entrega procuro criar um universo plástico, onde o
belo tem lugar entre os considerandos. Os dias passam, os anos também. As memórias
diluem-se entre tantos episódios. Agora, o que interessa é que o sol aquece, os
dias estão lindos, o mar convida, e a tristeza fica para depois.
E vos deixo com as palavras de
François La Rochefoucauld que disse um dia:
“Quando não encontramos o repouso
em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado.”
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