domingo, 5 de agosto de 2012

À Beira-Mar










“À Beira-Mar”, Pintura sobre tela de 2012



 O que precisamos todos é de pensar e de falar das coisas boas. A virtude dos dias tórridos é de apaziguar os males e renovar as esperanças dos que ainda acreditam. A crença em dias melhores, dentro do possível, é uma obrigação. É um imperativo. O espírito lusitano com pouco faz muito, e, nem sempre com o muito multiplica. Haverá continuamente injustiçados, azarentos e inconformados. Paciência. Mas nem tudo é negro nem celestial. Enquanto o Estado Social não cair de podre, vamos cantando e rindo entre fantasias e utopias: uns acreditando que do ar se faz ouro; outros julgando que o mal só acontece aos desgraçados do costume. E eu, aqui, vou pintando numa espiral de ilusão. Com muita entrega procuro criar um universo plástico, onde o belo tem lugar entre os considerandos. Os dias passam, os anos também. As memórias diluem-se entre tantos episódios. Agora, o que interessa é que o sol aquece, os dias estão lindos, o mar convida, e a tristeza fica para depois.


E vos deixo com as palavras de François La Rochefoucauld que disse um dia:


“Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir procurá-lo noutro lado.”



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