João Alfaro
"Amantes de Pompeia", 2017 díptico de 180 x 100 cm
Pintura sobre tela (técnica mista: acrílicos e anilinas)
Quando começo a pintar uma nova tela, seja ela qual for,
independentemente das dimensões, das técnicas e das condições materiais , há
sempre uma razão diferente, única. Agora, porque sou um eterno pesquisador, tenho um novo projeto que concilia a utilização de novos materiais com um tema
eterno como o mundo: os amantes.
O que me dá prazer é a mistura
das cores nas telas, e o ver nascer formas por mim concebidas na temática que me
seduz, em cada novo desafio. Agora num mundo tão inovador, de invenções
tecnológicas constantes, com tanta mutação nos gostos, nos desejos e nas
circunstâncias, quero, apesar disso tudo, continuar na senda secular dos
grandes mestres, mesmo sabendo como muda tudo tão depressa mas, reafirmo, tenho
um fascínio incomensurável pela pintura, que me leva a optar pelo trabalhar mais
e mais, talvez para esquecer sem esquecer, porque sou um cidadão do mundo e me
inquieto com a injustiça e a hipocrisia. É na solidão do ateliê que encontro a
paz e a serenidade, pois quando saio do meu espaço de eleição vejo o mundo
muitas vezes com cores sombrias e formas horrendas e prefiro, por isso mesmo,
viver num limbo, como se fosse tudo tão insignificante e eu um comunicador sem
voz, apenas apresentando imagens com gente dentro, meditando nos prazeres e nas
fantasias da existência.
E vos deixo com as palavras de
José Mourinho que um dia disse, “No
doutoramento honoris causa”:
“ O Mundo é tão competitivo, agressivo, desgastante, egoísta e durante
o tempo que passamos aqui temos de ser tudo menos isso.”
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