“Thea”, 2016
Pintura sobre tela de 80 X 120 cm
São palavras gastas, as minhas, mas
não me farto de dizer o mesmo de sempre: a pintura é uma parte de mim. Já em
criança retratava a família e as casas
onde ia vivendo . Hoje faço o mesmo. Houve um tempo de grandes viagens que a
minha pintura captou, mais os amigos e a
minha nova família. Os meus filhos, sobretudo, desde o berço. Agora a
sensibilidade e os encantos femininos, intercalados com paisagens circundantes,
fazem a temática do presente, numa procura constante pelo belo, porque nunca é
demais realçar o que nos encanta.
Cada pessoa é única e tentar
retratar essa singularidade é um enorme desafio que me angustia e me deixa
sempre numa inquietude até ao desfecho final. Apesar de pintar com determinação
e querer, numa constante rigidez laboral e persistência, o meu caminhar na pintura
é, cada vez mais, um desejo maior, mesmo que as expectativas no domínio público
sejam as mesmas. Vendo bem, todo o artista vive num limbo de criação e de
dúvida quanto ao desfecho do seu trabalho, com o reconhecimento ou não, sabendo
só que a única certeza é o caminhar.
Agora, porque o retrato é a
constante dominante na minha temática pictórica, sei que quem faz parte da
minha pintura vive também, durante a gestação da obra, uma inquietude, porque a
magia da arte é transportar o outro para domínios que encerram em si um encanto, sobre os valores e os significado da existência.
E vos deixo com as palavras
de Fernando Pessoa que morreu faz hoje oitenta e um anos:
“Tenho em mim todos os sonhos do
mundo.”
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