Tomar 2016 é um momento especial para mim. Cidade com passado e uma arquitectura própria das
pequenas urbes, cheia de visitantes de outras fronteiras
europeias, preenche o meu imaginário de me deixar mostrar na pintura.
“No Feminino” é mais uma
exposição que faço e, como todas as outras, procuro sempre apresentar
um conjunto de obras que se enquadrem no espaço e, que estejam articuladas no
projecto pictórico, que fazem parte do meu caminhar artístico. Os anos passam,
as ideias também, mas o apêgo à arte e toda envolvência aumenta sempre, como
se fosse um elixir da existência, cada vez mais determinado e consistente. Por
entre os pingos da chuva faço o meu caminho, que é apenas um solitário modo de
gostar, de saborear quanto é bom ser pintor, num tempo de tanto desencontro com
o tempo e suas gentes.
O que eu sei é viver o momento e
só o momento. A minha pintura é o retrato do momento, porque o tempo tem um
tempo que nunca se repete. Gosto de retratar momentos únicos, serenos, intimistas,
sensuais e, sobretudo, como pintor que sou, um construtor de imagens perenes.
Creio, convictamente, que apesar das modas e dos comportamentos e significados
que o tempo define, há sempre momentos únicos que nada apagam, razão para
tentar mostrar o meu olhar pela preciosidade de um instante, onde a beleza e a
verdade sentida devem prevalecer. Sou assim: não ando agarrada à moda, que também é componente do presente temporal, mas eu apenas me deixo guiar somente pelo sentir.
E vos deixo com as palavras do
filósofo, poeta e ensaísta Agostinho
da Silva:
“A vida, para a vida, é sempre longa; mas para a arte é sempre breve;
só quando se não faz nada há sempre tempo.”
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